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Depois de quase 3 minutos de cães a tentar apanhar frisbees, e de letras dos créditos que ninguém lê, começa o filme propriamente dito. É o dia 4 Julho de 1978 e o jovem David (Joey Cramer) entra na mata ao anoitecer para ir buscar Jeff (Albie Whitaker), o irmão que já estava atrasado para a família poder ir lançar fogos de artificio. Portanto, no tempo que os putos podiam ir para casa sozinhos e manusear vários quilos de explosivos. Mas David perde-se entre as árvores, e cai num buraco. Quando recupera os sentidos e regressa a casa, tudo começa a correr mal, na casa de família vive agora um casal de idosos que não conhece. A polícia consegue reuni-lo com a família mas o choque é enorme quando descobre que esteve desaparecido durante oito anos e foi dado como morto. Ele continua a ter 12 anos mas a mãe, o pai e o irmão mais pequeno (agora o actor Matt Adler) estão quase uma década mais velhos. David está não em 1978, mas em 1986, o presidente americano já não era Jimmy Carter e ainda a Sarah Jessica Parker não tinha cara de cavalo. Entretanto, um OVNI é capturado depois de colidir com cabos de alta tensão. Os cientistas não conseguem penetrar no casco da nave, mas quando os médicos que estão a acompanhar David lhe fazem testes, torna-se óbvia a ligação deste a uma entidade exterior. David é levado para as instalações da Nasa com a desculpa de ser testado mas com o propósito de conseguirem informações sobre a relação que este tem com o veículo alienígena.

David tenta fugir com a ajuda de Carolyn (Sarah Jessica Parker) mas é a própria nave que lhe proporciona os meios de fuga, ou melhor dizendo, a Inteligência Artificial que conduz a nave, Trimaxion Drone Ship abreviado para Max (voz de Paul Reubens).  Entretanto já tinha sido esclarecido o pormenor intrigante da diferença temporal: David foi levado por Max na nave até outro planeta, e devido á velocidade da viagem mais rápida que a luz, para David passaram apenas cerca de 4 horas mas no planeta Terra já se tinham passado oito anos. Max precisa da informação armazenada no cérebro de David para recuperar as cartas de navegação e poder regressar ao planeta de origem.

Existem umas quantas cenas manipuladoras, em parece que vamos ver um OVNI, mas era só um frisbee, um zeppelin our um depósito de água (verdade seja dita. Até na minha zona há um velho depósito de água que parece um OVNI). Um pouco como os filmes de terror em que parece que o monstro vai atacar mas era só um gato a saltar do armário. Mas a primeira metade consegue manter uma boa tensão, algum mistério sobre o que aconteceu durante o desaparecimento, e o está a acontecer no laboratório, quais as intenções dos cientistas - liderados pelo Dr. Farady - que estudam a nave e David e até onde são capazes de ir. E até a inteligência artificial - que raptou David e o levou ao planeta Phaelon para ser analizado - apesar dos comentários divertidos, é por vezes ambígua... Das inevitáveis referências a outros filmes de ficção-cientifica, como "Encontros Imediatos do Terceiro Grau" ou "E.T. O Extraterrestre", a que achei mais divertida foi a do "He just said that wanted to phone home", quando David faz uma pausa na fuga para telefonar aos pais e conseguir orientações. 

O trailer:


Imagino que a nave cromada - criada em computador - também deve ter servido de inspiração para as naves da rainha de naboo nas prequelas de a Guerra das Estrelas. O puto não tem tanto carisma como outros em filmes da decada - ou pelo menos não tem uma personalidade tão excêntrica - mas desenrasca-se muito bem nas cenas mais emocionais, apesar de noutras parecer estar a fazer um grande frete. Fica a sensação que o filme podia ter ido um pouco mais longe, mas apesar do elemento sci-fi tentou manter  dentro do possível os personagens com os pés assentes no chão - apesar dos longos voos - e sem nunca deixar esquecer a família, mas sem ser muito lamechas. Aliás, a família de David deve ser das menos disfuncionais do cinema juvenil dos 80s, mas pronto, é um filme com a chancela Disney (apesar de basicamente a Disney só ter aceite distribuir a co-produção de Producers Sales Organization e a empresa norueguesa Viking Films).
Toda a banda sonora de Alan Silvestri ("Regresso Ao Futuro") foi criada electronicamente com um sintetisador e sampler Synclavier. A realização esteve a cargo de Randal Kleiser, também responsável pelos êxitos "Grease" ou "A Lagoa Azul". Como curiosidade, o protagonista Joey Cramer voltou a ser notícia 2016 quando foi preso por assaltar um banco no seu Canadá natal!
No IMDB não consegui encontrar informação de estreia em Portugal. A Wikipedia indica o título "O Voo do Navegante" e suspeito que tal como no Brasil tenha ido directamente para vídeo. Passei revista ás estreias entre 1986 e 1988 em Portugal e não encontrei vestígios dela nas páginas de cinema do "Diário de Lisboa". Se algúm leitor possuir mais informação, faça favor de partilhar nos comentários!

Resumindo, um simpático e perfeito filme para toda a família. Quando o escolhi da lista de "filmes-dos-anos-80-para-ver" tinha receio que fosse semelhante demais ao "Explorers" (1985), devido á temática similar de adolescentes a bordo de naves espaciais. Envelheceu bem, tem um pouco de aventura, mistério e aquele sentimento de excitação e deslumbramento que aparentemente só os filmes juvenis dos anos 80 podiam proporcionar.

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